Os Aztecas foram a última civilização pré-colombiana
a florescer por terras da Mesoamérica e, provavelmente, não há outra
civilização que tenha tantos mitos e lendas.

Segundo a lenda, um povo que se auto-intitulava “Mexica”, vindo do
norte, ter-se-ia estabelecido nas margens do lago Texcoco, por volta do ano
1200 d.C.. Criaram a sua a capital, uma cidade a que designaram Mexico Tenochtitlan. Este povo viria da mítica Aztlan, uma terra ancestral lendária de onde teriam sido obrigados
a fugir devido à erupção vulcânica do Sunset Crater, no Arizona. Esta migração
coincide com o primeiro ano solar azteca. No entanto, o povo de Aztlan não era
originário daí. Terão, segundo a lenda das “sete grutas”, vivido originalmente
em Chicomotzóc, distribuindo-se por sete grupos diferentes que habitavam grutas
diferentes. Estes grupos eram os xochimilcas, tlahuicas, acolhuas, tlaxcaltecas,
tepanecas, chalcas e mexicas. Os sete grupos são designados nahuatlaca
(ou povos nauas) pelo facto de falarem a mesma língua.

A capital dos Aztecas, Tenochtitlan foi criada em honra ao seu
líder Tenoch, num conjunto de ilhas
na margem do lago Texcoco, hoje na actual Cidade do México. A sua política
expansionista iniciou-se pouco tempo depois de se fixarem no centro do México.
Derrotaram os Tepanecas, um povo autóctone, e conquistaram Tlatelolco, uma
cidade que tomaram para si. Iniciou-se assim uma política comercial e expansão
económica e militar. Era o início da globalização.
Esta política expansionista foi tão bem sucedida que os Aztecas expandiram-se
e integraram na sua cultura novas divindades e cultos dos povos que subjugavam.
Os Mixtecas, reconhecidos artífices de grande valor na área da ourivesaria e
joalharia, viviam numa área da cidade de Tenochtitlan reservada aos
estrangeiros, juntamente com outros povos conquistados. 
Quando o último rei azteca chegou ao poder já o seu império se tinha
alastrado por todo o centro do México e chegado à Guatemala. O império era administrado de uma forma
semelhante às cidades-estado com uma predominância para 3 cidades que formavam
uma Tripla Aliança: Tenochtitlan, Texcoco e Tlacopan. Só numa fase mais
avançada, já no século XVI, Tenochtitlan viria a ser oficialmente a capital do
império. Tornou-se então na mais bela e sofisticada cidade azteca construída em
redor do lago, rodeada de uma rede de canais, jardins zoológicos, palácios, edifícios,
templos-pirâmides, etc. O rei vivia faustosamente num palácio, rodeado de
concubinas, criados e escravos.
O abastecimento de água era já na altura uma preocupação
importante. Um aqueduto de pedra abastecia a cidade com água potável que vinha
das montanhas de Chapultepec. As águas do lago eram naturalmente salgadas
devido à natureza das rochas. 
O deus principal a quem prestavam homenagem era Huitzilopochtli, o deus-sol guerreiro e
divindade ancestral da tribo. Era em sua honra que eram executados sacrifícios
humanos sanguinários. Cria-se que a sua sede de sangue era insaciável.
Estranhamente não existem quaisquer representações a este deus. No entanto, o
templo sagrado erigido no centro de Tenochtitlan é a ele dedicado (Templo
Mayor), assim como a Tlaloc, o deus
da chuva. Muito antes de os espanhóis chegarem à Mesoamérica esta área já era
bastante conturbada. Estudos arqueológicos indicam que este templo terá sido
reconstruído sete vezes. 
Xipe-Totec, “o esfolado”,
um deus guerreiro transmitido pelos Mixtecas, Tezcatlipoca, “espelho fumado”, deus do destino e da fatalidade, Coatlicue, deusa da terra e da
fertilidade e Mictlantecuhtli, deus
dos mortos, foram alguns dos deuses a quem os Aztecas prestaram culto. No
entanto, este culto adquiriu no império Azteca um caracter autoritário e imperioso.
Os povos dominados eram obrigados a venerarem os deuses aztecas e a participar
nos sacrifícios humanos em honra de Huitzilopochtli.
Os deuses que veneravam foram fechados numa “prisão dos deuses”, em Tenochtitlan.

Uma das memórias mais amargas do império Azteca é a “Guerra das
Flores” em honra de Huitzilopochtli.
Estas batalhas eram empreendidas com o intuito de capturar o maior número de
pessoas possível para servirem de vítimas humanas nos sacrifícios. Estes totalizavam
várias centenas de vítimas por dia e contavam com rituais que envolviam
arrancar o coração das vítimas vivas, levantados ao céu em honra dos deuses. Os
sacrifícios eram levados a cabo no topo das pirâmides e o sangue das vítimas
escorria pelos seus degraus.
Hernán Cortés desembarca no México, em 1519, e é recebido pelo rei
azteca, Montezuma II, que julgou os espanhóis enviados do deus Quetzalcoatl, devido à sua pele branca.
Mas, “os deuses deviam estar loucos”. Em apenas dois anos de combates, os espanhóis
destruíram completamente Tenochtitlan, a sua população foi dizimada, os poucos
sobreviventes convertidos ao catolicismo e obrigados a subjugarem-se à corte espanhola. Os
cronistas espanhóis relataram uma cidade esplendorosa que hoje já não existe. Quando
os espanhóis chegaram a Tenochtitlan, a cidade contava com aproximadamente 200 000
habitantes. Hoje, resta muito pouco da capital azteca. Sobrou a “Pedra do Sol”,
um calendário azteca, alguns documentos escritos e pouco mais. O Império Azteca
chegaria ao fim, em 1521, quando os espanhóis substituíram este império por uma das
primeiras colónias da Mesoamérica. Foi baptizada de Nova Espanha.
PRINCIPAIS
LOCAIS AZTECAS:
- Tenoctitlán (Cidade do México)
- Chapultepec (Cidade do México)
- Tlacopan (México)
- Covotepec (México)