Antonio Mediz Bolio
Os Maias nao se limitaram a construir imperios em terra, mas tambem exploraram as aguas turquesas do mar que banha estas terras. Com base na navegacao com a costa a vista, exploraram e estabeleceram rotas comerciais e ceremoniais que iam desde Isla Mujeres e Cozumel, ate ao que e hoje a costa do Belixze e Guatemala.
Uma das cidades costeiras maias foi Tulum (nome moderno que deriva do maia, que significa muralha, mas a cidade chamar-se-ia Zama, alvorada), com ocupacao durante o periodo pos-classico, a partir do seculo XIII, estando ainda em actividade aquando da chegada dos espanhois.
Quando, em 1518, a expedicao de Juan de Grijalva (antecessora da de Cortes) passou ao largo, a cidade muralhada, com as suas torres de vigia e edificios pintados de vermelho, azul e amarelo, impressionou os marinheiros. Mas nem a muralha de 5m de espessura pode impedir a conquista espanhola que se seguiria, e a cidade acabaria por ser abandonada cerca de 75 anos depois.
Hoje, e precisamente por uma brecha na muralha que entramos nas ruinas da cidade, onde existe um percurso delineado para os turistas, que nos leva as principais atraccoes do recinto. Apesar do conjunto das ruinas ser interessante, a verdade e que o principal motivo que traz os turistas aqui e a sua localizacao, mesmo sobre as escarpas que descem ate ao mar.
A vista dos 2 principais edificios, o Templo del Dios del Viento e o El Castillo, um para o outro, e simplesmente espectacular. De tal forma que sao capa do guia da Lonely Planet e contracapa do guia da American Express! So que o sol e a cor da agua que nos pudemos ver nao foram exactamente os dessas fotos... Culpa do "Ernesto"! Mas e um sitio muito especial, com ou sem nuvens, com ou sem vento...
No entanto, mais uma vez, o acesso aos principais edificios esta vedado aos turistas, o que faz com que nao se desfrute o maximo do local. Por exemplo, nao se pode admirar de perto uma enigmatica figura, ja sem cabeca, que aparece esculpida em nichos por cima da entrada de varios edificios, incluindo El Castillo. De cabeca para baixo (a cair ou a descer?), e chamado o Deus Descendente (em ingles, "The Diving God"!), mas desconhece-se de que divindade (ou homem?) seria uma representacao.
Talvez uma premonicao dos tempos que estavam para vir, da destruicao pendente, do abandono e fim e da cidade... Quem sabe? Resta-nos calar e meditar...